Interferência política do ex-prefeito levanta dúvidas sobre os bastidores do poder em Rio Largo

    Por Redação | Jovem Pan News Alagoas

    Desde o início de 2025, o município de Rio Largo vive um dos episódios políticos mais incomuns — e preocupantes — de sua história recente. Mesmo fora do cargo de prefeito, Gilberto Gonçalves (GG), que atualmente ocupa o cargo de secretário municipal, vem atuando de maneira que extrapola suas atribuições legais. Nos bastidores, o sentimento é claro: GG ainda age como se fosse o verdadeiro chefe do Executivo.

    Ele participa de agendas, visita obras, comanda reuniões e dá ordens a servidores — comportamento que tem causado ruídos e provocado dúvidas sobre quem, de fato, governa a cidade. Enquanto isso, o prefeito eleito, Carlos Gonçalves, tenta consolidar sua gestão em meio a um cenário de forte interferência política.

    O vínculo entre os dois teve início ainda no período eleitoral. Carlos só se tornou candidato após uma articulação direta de GG, e chegou a adotar o sobrenome “Gonçalves” como estratégia eleitoral — numa tentativa de manter o grupo político no poder e garantir a continuidade simbólica da antiga gestão.

    O que parecia ser uma parceria, no entanto, logo se transformou em disputa interna por espaço e poder. Desde o início do mandato, Carlos Gonçalves enfrenta boicotes e divergências dentro da própria estrutura da administração municipal. A crise institucional atingiu seu ponto mais crítico nesta semana, quando o prefeito denunciou uma tentativa de falsificação de sua assinatura em um suposto pedido de renúncia. O caso, que teria sido levado a cartórios de Rio Largo e Porto Calvo, está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual.

    O prefeito foi recebido pelo procurador-geral de Justiça de Alagoas, Lean Araújo, e solicitou providências para apurar os responsáveis pela tentativa de golpe. A denúncia reforça a instabilidade que permeia a atual gestão e acende o alerta sobre práticas antidemocráticas dentro do próprio poder público municipal.

    Diante disso, a pergunta que ecoa nos corredores da prefeitura e nas ruas de Rio Largo é direta: quem está governando de fato — o prefeito eleito ou seu antecessor?

    Em um cenário onde a institucionalidade precisa prevalecer, a população de Rio Largo exige respeito, autonomia administrativa e um comando claro. A cidade merece uma gestão transparente, focada no bem-estar coletivo e livre de disputas de bastidor que comprometem o futuro do município.

    Aguardamos os próximos capítulos da novela riolarguense.

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