A Polícia Civil de Alagoas concluiu o inquérito que investigava um esquema de corrupção dentro do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, e indiciou formalmente um vereador do município e um médico da unidade hospitalar. Eles são acusados de corrupção ativa e passiva, desacato, injúria, difamação e lesão corporal dolosa.

    Esquema beneficiava atendimentos particulares com estrutura pública

    De acordo com as investigações, o vereador levava pacientes diretamente ao hospital nos dias em que o médico investigado estava de plantão. Esses pacientes eram atendidos fora do protocolo do Sistema Único de Saúde (SUS): sem passar pela triagem, sem ficha de atendimento e sem qualquer comprovação de urgência.

    O objetivo, segundo a polícia, era beneficiar atendimentos particulares utilizando a estrutura e os recursos públicos do hospital, em clara violação das normas legais e éticas da administração pública e da saúde.

    Episódio de agressão expôs o esquema

    O caso veio à tona após um episódio ocorrido no dia 19 de maio. Na ocasião, o vereador tentou forçar a entrada de vários pacientes sem a devida autorização da equipe hospitalar. Ao ser impedido por um vigilante, reagiu com agressões físicas e verbais, gerando um tumulto que resultou na paralisação dos atendimentos de emergência por quase duas horas.

    Relatos colhidos no inquérito indicam que o médico também teria pressionado a equipe de plantão a liberar o acesso irregular, reforçando a conivência entre os dois envolvidos.

    Ministério Público deve analisar denúncia

    Com o encerramento do inquérito, o caso foi encaminhado ao Ministério Público de Alagoas, que agora avalia o oferecimento de denúncia formal à Justiça. Caso sejam denunciados e condenados, os envolvidos poderão responder judicialmente por uma série de crimes, além de sofrerem sanções políticas e administrativas.

    A direção do Hospital de Emergência do Agreste ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

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