O bebê é reborn.
A amizade é por rede social.
A alegria, por Venvanse.
A paz, por Rivotril.
A dieta, por Mounjaro.
O sorriso é lente.
O músculo, hormônio.
A juventude, filtro.
A autoestima, curtida.
O sono, Zolpidem.
O trabalho, GPT.
A verdade, um algoritmo.
E tem gente que ainda pensa que está vivendo.
Nas redes, todos são felizes.
E é essa felicidade encenada que faz tanta gente se afundar em silêncio.
A comparação desgasta. A vitrine oprime. A mentira cansa.
A verdade é que conhecemos mais pessoas bem-sucedidas do que felizes. Afinal, se todo mundo é tão feliz, por que se vende tanto remédio para dormir? Por que será que os consultórios de psicólogos e psiquiatras estão tão lotados? E tanta gente se queixando de síndromes do pânico, ansiedade, insônia e depressão? Isso, o Instagram não mostra.
Chegou a hora de puxar o fio.
Desligar o personagem.
Lembrar que viver dói, mas também pulsa.
Que a vida real é imperfeita, sim — mas é nela que existe a verdade.
Traga a sua de volta.
Porque a vida sem filtro é feita de luta, tropeço, persistência —
e daqueles momentos que ninguém posta, mas são inesquecíveis.
Sim, os atalhos cobram caro.
As fugas têm juros altos.
As máscaras pesam — e cedo ou tarde, caem.
As conquistas reais pedem sacrifício.
Mas tudo vale a pena quando se alcança com suor, lágrimas e esforço.
Porque aí, sim, a felicidade não é só real. Ela é sua. De verdade.