O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, nesta quinta-feira (16), a possibilidade de que as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenham tido início ainda durante sua gestão. A declaração ocorre em meio ao escândalo que já resultou em mais de 470 mil pedidos de ressarcimento por descontos indevidos em aposentadorias e pensões, revelando um esquema de cobranças fraudulentas não autorizadas pelos beneficiários.

    “Pode ter começado no meu governo, não nego isso. Mas se começou, foi lá embaixo. Um sub do sub do sub”, afirmou Bolsonaro ao ser questionado por jornalistas. A fala marca um recuo em relação à postura frequentemente adotada por ele, de afastar sua administração de responsabilidades por irregularidades em órgãos públicos.

    A declaração ocorre após o INSS registrar um número recorde de reclamações por descontos irregulares feitos em nome de associações e entidades que supostamente representariam os aposentados. O Ministério da Previdência e o Tribunal de Contas da União (TCU) estão investigando o caso, e o Ministério Público Federal já havia alertado para sinais de irregularidades desde 2021.

    Embora tenha tentado minimizar a ligação direta com seu governo, Bolsonaro afirmou que “ninguém quer que isso aconteça” e que “fraudes têm que ser combatidas”, defendendo investigações rigorosas e responsabilização dos envolvidos.

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