Durante missão oficial no Japão ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o Brasil está preparado para ampliar suas exportações graças à infraestrutura logística em expansão e aos investimentos estratégicos em transporte.
Em reunião com empresários da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Lula e Renan Filho defenderam a ampliação do comércio bilateral entre os dois países, com destaque para a abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira. Atualmente, apenas sete plantas frigoríficas brasileiras têm autorização para exportar ao Japão, o que, segundo o governo, representa uma limitação diante da capacidade e da qualidade da produção nacional.
“Temos uma das estruturas logísticas mais competitivas do mundo para a produção e exportação de carne, com custos baixos e capacidade de escoamento cada vez mais descentralizada. Isso nos torna ainda mais fortes no mercado internacional”, destacou Renan Filho.
O presidente Lula reforçou a importância estratégica do fortalecimento da relação comercial entre os dois países. “Em 2011, o fluxo comercial entre Brasil e Japão chegou a US$ 17 bilhões. Hoje, está em torno de US$ 11 bilhões. Há muito espaço para crescimento. Nosso papel é abrir portas”, afirmou.
Fortalecimento da infraestrutura
Renan Filho também salientou os investimentos em infraestrutura realizados pelo governo brasileiro, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Estamos descentralizando a logística nacional. Antes, tudo passava pelo Porto de Santos. Agora, estamos ampliando rotas alternativas para facilitar o escoamento da produção agrícola e industrial por diferentes regiões”, explicou.
A meta, segundo o ministro, é reduzir custos, diversificar rotas e garantir que mais produtos brasileiros alcancem mercados internacionais com mais eficiência.
Etanol e sustentabilidade
Além do setor de carnes, outro tema importante da missão brasileira ao Japão foi o etanol. O presidente Lula sugeriu aos japoneses a adoção de uma mistura de 10% de etanol na gasolina, o que abriria um novo e importante mercado para o biocombustível brasileiro. “Temos um etanol limpo, eficiente, com tecnologia consolidada. Essa parceria seria estratégica para os dois países”, afirmou.
A visita também incluirá reuniões com autoridades do governo japonês e empresários de diversos setores. A expectativa é que uma missão técnica do Japão venha ao Brasil nas próximas semanas para inspecionar frigoríficos e ampliar as habilitações para exportação.
Com essa iniciativa, o governo brasileiro reafirma seu compromisso com o crescimento sustentável da economia, a geração de empregos e o fortalecimento das exportações nacionais.